Demitir
no fim do expediente, mentir ou esconder o real motivo da demissão, além de
comparar quem sai com quem fica, são alguns dos erros comuns cometidos por
donos de empresas e seus gerentes na hora de dispensar um funcionário, segundo
especialistas ouvidos pelo UOL.
Uma
demissão malconduzida, segundo a diretora de recursos humanos da consultoria
Manpower, Márcia Almström, pode trazer prejuízos à imagem da empresa e do
chefe.
"É uma
situação desconfortável para os dois lados e pode ser muito traumática para o
funcionário", diz.
"A
forma como ele sair da empresa vai influenciar a opinião que ele terá e
transmitirá do negócio dali em diante."
João
Paulo Arias, psicólogo da consultoria Desenvolver RH, vai além.
Ele
afirma que as falhas cometidas no momento da demissão podem motivar processos
trabalhistas.
"Quando
o desligamento é malfeito, o funcionário deixa a empresa com mágoa e pode se
utilizar da ação trabalhista como forma de vingança."
No caso
das micro e pequenas empresas, um processo trabalhista pode comprometer a
estabilidade financeira do negócio, segundo o especialista.
O
pagamento de uma indenização, mesmo que baixa, pode ter grande impacto para a
empresa, diz. "Mesmo quando o empregador cumpre com todas as obrigações
trabalhistas, responder a um processo costuma trazer bastante dor de
cabeça."
Veja
abaixo sete erros cometidos na hora de demitir um funcionário e a forma correta
de agir.
1. Demitir no fim do expediente
Ao
dispensar o funcionário no fim do dia, a empresa transmite a ideia de algo
feito em segredo, o que colabora para a insatisfação de quem sai e de quem
fica, segundo Arias.
"O
empregado desligado pode se sentir usado pelo chefe numa situação como
essa", diz.
O ideal,
segundo ele, é fazer o comunicado no início do dia para que o funcionário tenha
tempo de "digerir" a notícia e se despedir dos colegas."
2. Terceirizar a demissão
Em
algumas empresas, de acordo com Arias, o funcionário é informado de sua demissão
por alguém que não é seu chefe imediato, em geral pelo setor de RH ou pela
contabilidade.
No
entanto, esses departamentos não convivem com o empregado e não saberão
esclarecer os reais motivos de seu desligamento.
"O
comunicado deve ser feito pelo superior imediato", declara o psicólogo.
3. Mentir ou esconder o motivo do desligamento
Para o
advogado especialista em direito trabalhista Bernardo Augusto Bassi, é comum o
patrão demitir o funcionário por mau desempenho, mas, durante a conversa,
alegar corte ou reestruturação da empresa como motivo da dispensa.
"É
preciso ser honesto, mesmo que isso o deixe o funcionário desanimado.
Ele tem o
direito de saber a verdade para que possa se aprimorar futuramente",
afirma.
4. Comparar quem sai com quem fica
Um erro
grave, segundo Bassi, é comparar o funcionário demitido com um colega que
permanece na equipe, ressaltando que, se ele agisse como o companheiro, não
seria mandado embora. "Essa é uma exposição desnecessária", declara.
"O
empregador pode mostrar os pontos negativos do funcionário demitido com base em
relatórios de desempenho, pontualidade, faltas entre outros."
5. Fazer elogios excessivos
Independentemente
do motivo da demissão, fazer elogios demais ao funcionário desligado é um erro,
diz Márcia Almström, da Manpower. "Se a pessoa desempenhou bem as tarefas
dela na empresa, vale o reconhecimento e o agradecimento.
No
entanto, não faz sentido fazer um caminhão de elogios, pois, em algum momento,
o empregador achou que os serviços daquele profissional eram
dispensáveis."
6. Demorar para entrar no assunto
Prolongar
a conversa e demorar para comunicar a demissão é um erro que pode irritar
bastante o funcionário, segundo Almström.
O melhor,
de acordo com ela, é ir direto ao assunto, deixar claro o motivo da demissão e
não desviar o foco da conversa.
7. Não saber informar os próximos passos
Ao
receber a notícia de sua demissão, é normal o funcionário ter dúvidas sobre os
próximos passos: cumprir aviso prévio, fazer exame médico, valores a receber
etc.
Segundo a
consultora, é importante ter essas respostas em mãos ou encaminhar a pessoa
diretamente para o setor de RH.
"Seria
constrangedor o empregado ter de perguntar a um terceiro como ele deve proceder
para deixar a empresa."
FONTE : site UOL noticias
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