Confira quais são os principais pilares comportamentais da resiliência,
característica muito valorizada nos profissionais hoje em dia
São Paulo – Há algum tempo, a palavra
resiliência deixou o campo da Física e ganhou importância como atributo pessoal
em processos de seleção e de avaliação de profissionais.
Usado para identificar aquelas pessoas
que conseguem superar dificuldades e desafios e se fortalecerem partir destas
situações adversas, o conceito de resiliência sempre esteve ligado à capacidade
de flexibilidade de objetos e materiais que voltam ao estado natural após
sofrerem pressão, como é o caso de uma mola, por exemplo.
A importância da resiliência para carreira é
grande. “No fim do dia, quem cresce na empresa, além de ter competência, é
quem, de fato, é resiliente”, diz Yuri Keiserman, diretor executivo da Vetor
Editora, que comercializa a EPR (Escala dos Pilares da Resiliência), teste organizacional
que avalia o potencial de resiliência de profissionais.
Para ele, os altos níveis de cobrança
por resultados e a competitividade presente
nas organizações justificam a necessidade de pessoas resilientes. “A gente leva
muita pancada. Vivemos situações que poderiam nos frustrar todos os dias”, diz
o executivo.
O teste, elaborado pelas especialistas
Tábata Cardoso e Maria do Carmo Fernandes Martins, tem como base uma escala de
fatores - chamados de pilares - que contribuem para um comportamento potencialmente
mais resiliente.
Por ser uma qualidade que depende de
fatores também externos, como educação, família e vivência, o teste não indica
se o profissional é ou não resiliente mas mostra a força das estruturas
internas que apoiam este tipo de atitude.
Confira quais são os pilares
comportamentais em jogo na resiliência:
1.Encarar
mudanças e dificuldades como oportunidades
É o que o teste EPR identifica como
aceitação positiva de mudança, explica Rodrigo Fonseca, gerente corporativo da
Vetor. “É aceitar que a mudança é uma oportunidade de crescimento, ter a visão
de que as adversidades enfrentadas trazem essa possibilidade”, diz Fonseca.
2. Autoconfiança
É um comportamento relacionado à
segurança que o profissional tem para encarar as diversas situações que se
apresentam. “É a pessoa se sentir confiante para enfrentar desafios”, explica
Fonseca.
Refere-se à percepção que a pessoa tem da sua própria capacidade.
“É acreditar na competência, se sentir capaz”, explica Fonseca. Muitas vezes a
pessoa pode até não ter potencial alto de inteligência, mas se tiver
autoeficácia, diz Fonseca, vai se esforçar além do normal o que acabará
compensando eventuais deficiências.
3. Bom
Humor
Neste contexto é analisada a capacidade que a
pessoa tem de usar o bom humor para lidar com momentos de stress. “As pessoas
que tem bom humor se esforçam para tornar o ambiente mais leve em situações difíceis”,
diz Fonseca.
4. Controle
emocional
Ataques de ira não são próprios das pessoas
flexíveis. “Uma reação desproporcional mostra uma falta de resiliência”, diz
Yuri Keiserman.
O controle emocional permite ao profissional
agir com mais calma e a não perder o foco. “Quem tem autocontrole consegue
expressar adequadamente sua emoções o que permite enfrentar melhor situações
difíceis”, diz Fonseca.
5. Empatia
Manter um comportamento resiliente pede uma
boa dose de empatia. Saber se colocar no lugar do outro é essencial para
minimizar e solucionar conflitos, segundo os especialistas. “No ambiente de
trabalho, as relações podem ficar desgastadas porque são intensas e frequentes,
por isso a importância da empatia é extrema”, diz Keiserman.
É um conceito bastante próximo da autonomia,
de acordo com Fonseca. Pessoas independentes não se isolam mas também não são
dependentes dos outros para desenvolver suas tarefas, atividades e projetos. “É
não ter o receio de travar, de empacar”, diz Keiserman.
6. Otimismo
O nome técnico deste comportamento na EPR é
orientação positiva para o futuro. Ou seja, as pessoas com esta característica
têm esperança no que está por vir em suas vidas. “Mas não significa que não se
preocupem com o futuro”, afirma Fonseca.
7. Reflexão
Ter a capacidade de analisar e refletir
quando o mundo estpa desabando ao seu redor é um dos pilares que apoiam uma
pessoa de atitude resiliente, de acordo com Fonseca. Geralmente pessoas assim
conseguem encontrar as melhores soluções para os problemas.
8. Sociabilidade
Está ligada ao bom relacionamento
interpessoal. Quem tem esta característica consegue criar vínculos com as
outras pessoas. Quem desenvolve a sociabilidade apoia a equipe e é apoiado por
ela, explica Fonseca.
9. Valores positivos
Pessoas que seguem seus valores e princípios
acabam sendo mais resilientes, de acordo com Fonseca. Segundo ele, não se trata
de qual valor a pessoa tem e, sim, da importância que ela dá a eles. “Cada um
tem seus próprios valores, ter essa orientação é que é muito importante”,
explica Fonseca.
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