Dia desses um garoto de oito anos
contava para a mãe suas experiências na sala de aula. Comentava sobre cada
professor, sua maneira de ser e de transmitir ensinamentos.
Dizia que gostava muito das aulas de uma determinada professora, embora não gostasse muito da matéria.
Dizia que gostava muito das aulas de uma determinada professora, embora não gostasse muito da matéria.
Comentava, ainda, que detestava ter que
assistir as aulas de sua matéria preferida porque não gostava da
professora.
Dizia, com a franqueza que a inocência
infantil permite: A professora de História está sempre de mau humor. Ela grita
com a gente por qualquer motivo e nunca sorri.
Quando passa uma lição e algum aluno não faz exatamente como ela mandou, faz um escândalo. Todos os alunos têm medo dela.
Quando passa uma lição e algum aluno não faz exatamente como ela mandou, faz um escândalo. Todos os alunos têm medo dela.
Já a professora de Português está
sempre sorrindo. Brinca com a turma e só chama atenção quando alguém está
atrapalhando a aula. Eu até fiz uma brincadeira com ela um dia desses, e ela
riu muito.
Depois de ouvir atentamente, a mãe lhe
perguntou: E por que você não gosta das aulas de religião, filho?
Ah, falou o menino, o professor é
grosseiro e cínico. Critica todos os alunos que têm crença diferente da dele e
diz que estão errados sempre que não respondem o que ele quer ouvir.
E, antes de sair para suas costumeiras
aventuras com os colegas, o garoto acrescentou: Agora eu sei que, por mais
complicada seja a matéria, o que faz diferença mesmo, é o professor.
De uma conversa entre mãe e filho,
aparentemente sem muita importância, podemos retirar sérias advertências.
E uma delas é a responsabilidade que
pesa sobre os ombros daqueles que se candidatam a ensinar.
Muitos se esquecem de que estão
exercendo grande influência sobre as mentes infantis que lhes são confiadas por
pais desejosos de formar cidadãos nobres.
Talvez pensando mais no salário do que na nobreza da profissão, alguns tratam os pequenos como se fossem culpados por terem que passar longas horas numa sala de aula.
Talvez pensando mais no salário do que na nobreza da profissão, alguns tratam os pequenos como se fossem culpados por terem que passar longas horas numa sala de aula.
Mais grave ainda, é quando se arvoram a
dar aulas de Religião e agridem as mentes infantis com a arrogância de que são
donos da verdade, semeando no coração da criança as sementes do
cepticismo.
Quem aceita a abençoada missão de
ensinar, deve especializar-se nessa arte de formar os caracteres dos seus
educandos, muito mais do que adestrar-se em passar informações pura e
simplesmente.
É preciso que aqueles que se dizem
professores tenham consciência de que cada criatura que passa por uma sala de
aula, levará consigo, para sempre, as marcas indeléveis de suas lições. Sejam
elas nobres ou não.
É imprescindível que os educadores
sejam realmente mestres, no verdadeiro sentido do termo.
Que ensinem com sabedoria, entusiasmo e
alegria.
Que exemplifiquem a confiança, a paz, a
amizade, o companheirismo e o respeito.
E aquele que toma sobre si a elevada missão de ensinar Religião, deverá estar revestido de verdadeira humildade e da mais pura fraternidade, a fim de colocar Deus acima de qualquer bandeira religiosa.
E aquele que toma sobre si a elevada missão de ensinar Religião, deverá estar revestido de verdadeira humildade e da mais pura fraternidade, a fim de colocar Deus acima de qualquer bandeira religiosa.
Deverá religar a criatura ao seu
Criador, independente da Religião que esta professe, sem personalismo e sem o
sectarismo deprimente, que infelicita os seres e os afasta de Deus.
Por fim, todo professor deverá ter
sempre em mente que a sua profissão é uma das mais nobres, porque é a grande
responsável por iluminar consciências e formar cidadãos de bem.
Mestre verdadeiro é aquele que ajuda a
esculpir nas almas as mais belas lições de sabedoria.
Verdadeiro professor é aquele que toma
das mãos do homem, ainda criança, e o conduz pela estrada segura da honestidade
e da honradez.
O verdadeiro mestre é aquele que segue
à frente, sinalizando a estrada com os próprios passos, com o exemplo do
otimismo e da esperança.
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